Tris
A reunião de emergência do conselho foi mais do mesmo: a confirmação de que o vírus seria liberado ao longo das cidades nesta noite, as discussões sobre que os aviões seriam usados e em quais horários. David e eu trocamos palavras amigáveis quando a reunião acabou, e então eu escapei enquanto os outros ainda estavam tomando café e caminhei de volta para o hotel.
Tobias me leva para o lobby, perto do dormitório do hotel, e passamos algum tempo lá, conversando, beijando e apontando as plantas estranhas. Parece como algo que as pessoas normais fazem – ter encontros, falar sobre pequenas coisas, rir. Nós tivemos tão poucos desses momentos. A maior parte do nosso tempo junto foi gasto correndo de uma ameaça ou de outra, ou correndo em direção a uma ameaça ou de outra. Mas posso ver um tempo no horizonte quando isso não será mais necessário. Vamos reinicializar as pessoas no composto, e trabalhar para reconstruir este lugar juntos. Talvez então possamos descobrir se somos bons nos momentos de calmaria como somos nos de agitação.
Estou desejando que chegue logo.
Finalmente chega a hora de Tobias sair. Eu estou no degrau mais alto da escada e ele fica no logo abaixo, então estamos da mesma altura.
— Não gosto de não poder estar com você esta noite — diz ele. — Não me sinto bem deixando-a sozinha com algo tão grande.
— O que, você acha que não posso lidar com isso? — pergunto, um pouco na defensiva.
— Obviamente não é o que eu penso — ele toca meu rosto e inclina a testa contra a minha. — Só não quero que você tenha que suportar isso sozinha.
— E eu não quero que você tenha que falar com a família de Uriah sozinho — respondo baixinho. — Mas penso que essas são coisas que temos que fazer separadamente. Estou feliz por estar com Caleb antes de... você sabe. Vai ser bom não ter que me preocupar com você ao mesmo tempo.
— Yeah — ele fecha os olhos. — Mal posso esperar até amanhã, quando eu estiver de volta e você tiver feito o que se propôs a fazer, e nós podemos decidir o que vem a seguir.
— Posso dizer-lhe que vai envolver um monte de presentes — falo, e pressiono meus lábios nos dele.
Suas mãos mudam de meu rosto para os meus ombros e deslizam cuidadosamente nas minhas costas. Seus dedos encontram a barra da minha camisa, depois deslizar sob ela, quentes e insistentes.
Sinto-me ciente de tudo ao mesmo tempo – da pressão de sua boca, o gosto do nosso beijo, a textura de sua pele, a luz laranja brilhante contra as minhas pálpebras fechadas e o cheiro de coisas verdes, coisas que crescem, no ar. Quando me afasto e ele abre os olhos, vejo tudo sobre eles – o feixe de luz azul em seu olho esquerdo, o azul escuro que me faz sentir que estou segura em seu interior, como se estivesse sonhando.
— Eu te amo.
— Eu também te amo — ele responde. — Te vejo em breve.
Ele me beija de novo, suavemente, e em seguida deixa o lobby. Eu fico parada naquele raio de sol até o sol desaparece.
É hora de ficar com meu irmão agora.
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